Destaques
- Toda evolução começa em mim
- Como inspirar meu time a viver com mais qualidade e inteireza?
- Como as empresas podem se adaptar às novas motivações das pessoas?
E fazer isso de forma humanizada significa reconhecer que cada uma dessas pessoas com as quais interagimos é uma rica fonte criativa, conectada com o todo, em uma ‘teia da vida’ da qual os índios primitivos já tinham consciência e nós começamos a resgatar:
“Isto sabemos, todas as coisas estão ligadas como o sangue que une uma família… Tudo o que acontece com a Terra, acontece com os filhos e filhas da Terra.
O homem não tece a teia da vida, ele é apenas um fio. Tudo o que faz à teia, ele faz a si mesmo.”
– Carta do cacique Seattle, no livro “A teia da vida” (Fritjof Capra)
Liderar de forma humanizada é acolher a inteireza de cada ser humano, em seus aspectos físico, mental, social, emocional e espiritual.
Em termos práticos, isso significa reconhecer que cada pessoa chega a nós com uma história, com um leque de experiências e com uma bagagem de conhecimento únicas. E assim cada colaborador tem um potencial ímpar de gerar soluções para os problemas da empresa ou resolver as dores dos clientes.
Exercer a liderança humanizada é dar espaço para que toda essa diversidade cognitiva possa gerar contribuição, ao invés de limitar as pessoas a cumprirem tarefas. É reconhecer que a capacidade humana é maior do que as divisões corporativas de áreas, departamentos, cargos ou funções. Ou seja, qualquer pessoa é capaz de trazer insights valiosos para a equipe ou para o negócio, e merece ser escutada.
Na mesma medida, o líder verdadeiramente humano reconhece que as pessoas têm diferentes formas de lidar com a realidade, com níveis de percepção distintos e motivações próprias. Algumas pessoas têm uma percepção sensorial mais aguçada, captam o que ‘está no ar’ e conectam-se facilmente aos sentimentos. Outras são muito práticas e, embora ágeis e produtivas, às vezes tem dificuldade em perceber o impacto emocional das suas ações ou palavras nos demais membros da equipe.
Quando essas diferenças são compreendidas como naturais, as pessoas aprendem a lidar melhor com as suas próprias forças e seus limites, permitindo-se também reconhecer as virtudes uns dos outros e encontrarem complementariedades que somam!
Ou seja, a aceitação genuína das diferenças empodera as pessoas e favorece a colaboração entre elas, pois focam no que pode trazer valor para o coletivo.
Prática da vida integrada
Acolher a inteireza do ser humano implica em considerar que as pessoas são muito maiores do que sua dimensão profissional, e que a qualidade de suas vidas importa.
É reconhecer que o tempo, nosso bem mais precioso hoje, precisa dar conta de tudo que contempla a vida, que inclui o aspecto produtivo, mas vai muito além dele.
Uma pessoa inteira precisa cuidar da sua saúde, do cultivo das suas relações pessoais, da espiritualidade, que amplia sua consciência sobre o quanto estamos interligados uns aos outros dentro da empresa, às demais empresas do nosso ecossistema, e a todo o ambiente do qual fazermos partes, impactando e sendo impactados.
Quando temos essa clareza sobre a natureza integral do ser humano, fica mais fácil aceitar que as pessoas, diferente das máquinas, não operam no mesmo ritmo todos os dias. Ou seja, é preciso respeitar o contexto, para que a cada dia possamos oferecer o nosso melhor ao mundo através do trabalho. E estarmos cientes de que ‘o meu melhor hoje não é igual ao meu melhor de amanhã’, porque a vida é movimento.
Liderar de forma humanizada implica em entender que as pessoas são maiores do que as regras e os processos. E que é necessário ter flexibilidade para criar condições favoráveis ao pleno desenvolvimento das pessoas dentro da realidade que se apresenta.
E nesse sentido, a dimensão da Escuta é essencial ao líder, para que possa discernir quando tomar uma decisão que transcenda as regras, para de fato contemplar as pessoas.
Regras, estruturas e processos são necessários para que possamos operar o negócio com eficiência e mesmo para trazer segurança e estabilidade às pessoas, pois nos traz previsibilidade. A questão é não esquecer de esses recursos são ‘meios’, e não o fim. É papel da liderança avaliar quando o cuidado com as pessoas precisa se sobrepor às regras ou mesmo gerar uma reavaliação das mesmas para o bem coletivo.
O aumento do número de demissões voluntárias após a pandemia é sinal claro de que as pessoas querem um novo formato de trabalho. Mas será que não podemos gerar essas mudanças dentro das nossas empresas, trazendo mais flexibilidade e propiciando melhor equilíbrio entre vida profissional e pessoal?
Vivemos um momento de profunda transformação no planeta, no qual cada vez mais pessoas estão despertando para as necessidades do cuidado com a vida. E essas pessoas, mais conscientes da sua inteireza e da sua conexão com o todo, querem líderes que estejam em um novo patamar evolutivo.
Liderar nesse novo cenário requer um olhar para si mesmo, com ousadia e coragem. Porque não há como exercer uma liderança humanizada sem, primeiro, assumir a inteireza da nossa própria humanidade.
Pensando nessas necessidades, a última temporada do podcast Líderes de um Novo Mundo trouxe temas que conectam Evolução Pessoal e Liderança Humanizada. Você pode acessar esses conteúdos no YouTube ou nas plataformas de podcast.
- Para os próximos projetos, gostaria de saber quais temas mais te interessam, para apoiar a sua evolução como líder! Fique à vontade para fazer sugestões nos comentários pelo e-mail: shirley@shirleyortiz.com.br